Mulheres negras se unem e criam clínica com cinco especialidades
Essas profissionais fundaram a Ifé Medicina, no Rio de Janeiro, espaço voltado para pacientes que buscam acolhimento, representatividade e cuidado.
“Embora seja cansativo, aprendi a não me limitar por causa do racismo. Pauto o afeto pela forma com que fui criada e tento formar novas pontes”, declara a oftalmologista Liana Tito Francisco, cofundadora da Ifé Medicina, no Rio de Janeiro. A clínica, que reúne médicas de cinco especialidades, todas mulheres negras, funciona não apenas como uma forma de fortalecer laços para ocupar espaços muitas vezes fechados para alguns grupos sociais mas também criar um espaço de relação de acolhimento e representatividade entre profissional e paciente. “Quando a gente alia, de forma satisfatória, saúde, ciência e escuta, a medicina ganha”, completa Liana.
A Ifé, que significa amor em Yorubá, segundo as fundadoras, foi aberta em julho deste ano, com uma proposta inovadora e provocativa, afinal, quantos médicos negros você conhece ou com quantos se consulta? A reflexão é um ponto de conquista para muitos pacientes, que chegam ali curiosos e com mais consciência social. “Já tive paciente que trouxe a neta junto para ela se sentir incentivada a seguir com os estudos de medicina”, fala Aline Tito, cardiologista, irmã de Liana e também cofundadora do espaço. “A gente acaba naturalizando a ideia de figuras femininas negras em todos os ambientes, decolonizando pensamentos antigos e enraizados”, acrescenta Liana.
O empreendedorismo não foi uma escolha fácil para nenhuma das médicas, mas o sonho falou mais alto e a rede de apoio garantiu que o projeto desse certo. “Foi uma puxando a outra, num espaço de muita confiança. Somos bem diferentes uma da outra, mas temos o objetivo comum de fazer isso prosperar e reverberar, para que se torne uma onda”, explica a cirurgiã plástica Abdulay Eziquiel, também cofundadora da Ifé.
A relação sólida é reconhecida pelas pacientes, que se sentem acolhidas até mesmo para falar de temas sensíveis, como sexualidade ou aparência. “Para além da objetificação, o sistema desrespeita até hoje a estética da mulher negra”, fala a ginecologista e mastologista Cecília Pereira, que gosta de fazer longos atendimentos tratando de detalhes, como em uma entrevista minuciosa.
“Mulheres mais experientes querem falar sobre libido, estética, escuta e entrega”, ressalta ela, que acredita no diálogo como forma de conexão. “Estamos lidando com a fragilidade da autoestima das pacientes a maior parte do tempo”, complementa a dermatologista Júlia Rocha, que viu o consultório encher, depois do isolamento da pandemia, de mulheres buscando novas rotinas de autocuidado. “É por isso que se torna tão significativo quando a paciente se identifica com o meu cabelo, que tem a mesma textura do dela, ou com alguma outra característica pessoal minha.”
Onda boa
Frequentado por artistas como Lucy Ramos e Juliana Alves, o Espaço Cris Boneta, na Zona Norte do Rio de Janeiro, foi fundado pela biomédica e esteticista que dá nome ao local – Cris já está de olho numa expansão para Moçambique e Lisboa. Hoje, dividem o espaço com ela a ginecologista Fátima Oladejo, que ela conheceu pelo Instagram, e a psicóloga Carla Loureiro, que costumava ser sua cliente. “Vi que tínhamos sintonia nos valores e resolvemos trabalhar juntas”, lembra.
Referência há 8 anos, Cris afirma ser pioneira na estética da pele negra no Brasil e já pretende dar aulas e consultoria para dividir o conhecimento acumulado em seu tempo como empreendedora. Seu grande segredo para o sucesso, contudo, é se colocar sempre no lugar da cliente. “Eu montei um espaço pensando em como eu gostaria de ser atendida”, diz ela, que assim satisfez a busca muitas outras mulheres por um espaço onde todas se sentissem bem-vindas.
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